quinta-feira, 21 de maio de 2015

XXV – O Lobo e o Cão

Encontrando-se um Lobo e um Cão num caminho, disse o Lobo:
— Tenho inveja, companheiro, de te ver tão gordo, com o pescoço grosso e o cabelo luzidio; eu ando sempre magro e desgrenhado. Respondeu o Cão: 
— Se fizeres o que eu faço, também tu engordarás. Estou numa casa onde gostam muito de mim, dão-me de comer, tratam-me bem; e só tenho de ladrar quando sinto ladrões de noite. Por isso, se quiseres, vem comigo que terás outro tanto. 
O Lobo aceitou e lá foram. Mas no caminho disse o Lobo: 
— O que é isso, companheiro, que te vejo o pescoço esfolado? 
Respondeu o Cão:
— Para que durante o dia não morda os que entram em casa, prendem-me com uma corrente. De noite soltam-me até de manhã, quando tornam a prender-me. 
— Não quero a tua fartura — respondeu o Lobo. — A troco de não estar preso, antes quero trabalhar e passar fome, mas ser livre. 
E dizendo isto foi-se embora.

Moral da História: Não há cômodos nem prazeres que compensem o sacrifício da liberdade.




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