segunda-feira, 11 de maio de 2015

XVII – O Lobo e o Grou

Estava um Lobo a comer carne quando se lhe atravessou um osso na garganta, que o sufocava. Estando nesta aflição, pediu ao Grou que lhe valesse e que com o seu bico e pescoço comprido lhe tirasse o osso da garganta e que seria recompensado. O Grou assim fez e tirou-lhe o osso. Livre o lobo recusou dar-lhe o que prometera. Porém o Lobo respondeu-lhe:
— Ó ingrato! Não te agradeci já o bastante por te ter deixado meter a cabeça dentro na minha boca, onde facilmente poderia apertar os dentes e matar-te? Não me peças paga, pois tu é que me deves favor, e bem ingrato és em não reconheceres tão grande benefício. 
Calou-se o Grou, e ficou muito arrependido do que fizera, dizendo:
— Nunca mais por gente ruim meterei a cabeça e a vida em semelhante perigo.

Moral da História: Quantos na hora dos apuros tudo prometem aos homens, aos santos, a Deus e depois esquecem o prometido, e chasqueam de quem neles se fiou.




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