Gepeto começou a
entalhar sua marionete.
— Que nome vou lhe
dar? — disse de si para si. — Quero chamá-lo
Pinóquio. Esse nome
vai lhe dar sorte. Conheci uma família inteira de Pinóquios,
Pinóquio o pai,
Pinóquia a mãe, Pinóquios os filhos, e todos viviam bem. O mais rico deles
pedia esmola.
Pôs-se a trabalhar
com afinco e lhe fez os cabelos, depois a testa e os olhos; imaginem a sua
surpresa ao perceber que eles se mexiam e o encaravam.
O nariz, nem bem
havia sido feito, começou a crescer e tornou-se em poucos minutos um narigão
interminável.
O pobre Gepeto
esforçava-se para cortá-lo.
Porém, quanto mais o
cortava, mais aquele nariz encompridava!
Depois fez a boca,
que ainda nem havia sido acabada e já começava a rir e a debochar dele.
— Pare de rir! —
gritou Gepeto com voz ameaçadora.
A boca parou de rir,
mas botou a língua inteira para fora.
Gepeto disse:
— Que filho levado!
Ainda não acabei de o fazer e já começa a faltar com o respeito a seu pai!
Quando Gepeto acabou
de fazer-lhe os pés, levou-o pela mão para ensiná-lo a andar.
Tão logo desemperrou
as pernas, Pinóquio começou a correr pelo quarto.
Até que, saindo pela
porta de casa, pulou para a rua e começou a fugir. E lá se foi o pobre Gepeto
correndo atrás dele.
As pessoas que
estavam na rua, vendo aquela marionete de madeira que corria, paravam
encantadas para olhar, e riam, riam, riam.
Por sorte, apareceu
um carabineiro, que o agarrou tranqüilamente pelo nariz
(um narigão
despropositado, que parecia feito justamente para ser agarrado pelos
carabineiros). Enquanto isso os curiosos e os desocupados começaram a parar ao
redor.
Alguns diziam:
— Esse Gepeto é um
verdadeiro tirano com os meninos! Se a gente deixar aquela pobre marionete com
ele, é bem capaz de fazer picadinho dela!...
Tanto disseram que o
carabineiro libertou Pinóquio e levou Gepeto para a cadeia.
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