quinta-feira, 4 de junho de 2015

II - Gepeto começa a fabricar a marionete - Pinóquio

Gepeto começou a entalhar sua marionete.
— Que nome vou lhe dar? — disse de si para si. — Quero chamá-lo
Pinóquio. Esse nome vai lhe dar sorte. Conheci uma família inteira de Pinóquios,
Pinóquio o pai, Pinóquia a mãe, Pinóquios os filhos, e todos viviam bem. O mais rico deles pedia esmola.
Pôs-se a trabalhar com afinco e lhe fez os cabelos, depois a testa e os olhos; imaginem a sua surpresa ao perceber que eles se mexiam e o encaravam.
O nariz, nem bem havia sido feito, começou a crescer e tornou-se em poucos minutos um narigão interminável.
O pobre Gepeto esforçava-se para cortá-lo.
Porém, quanto mais o cortava, mais aquele nariz encompridava!
Depois fez a boca, que ainda nem havia sido acabada e já começava a rir e a debochar dele.
— Pare de rir! — gritou Gepeto com voz ameaçadora.
A boca parou de rir, mas botou a língua inteira para fora.
Gepeto disse:
— Que filho levado! Ainda não acabei de o fazer e já começa a faltar com o respeito a seu pai!
Quando Gepeto acabou de fazer-lhe os pés, levou-o pela mão para ensiná-lo a andar.
Tão logo desemperrou as pernas, Pinóquio começou a correr pelo quarto.
Até que, saindo pela porta de casa, pulou para a rua e começou a fugir. E lá se foi o pobre Gepeto correndo atrás dele.
As pessoas que estavam na rua, vendo aquela marionete de madeira que corria, paravam encantadas para olhar, e riam, riam, riam.
Por sorte, apareceu um carabineiro, que o agarrou tranqüilamente pelo nariz
(um narigão despropositado, que parecia feito justamente para ser agarrado pelos carabineiros). Enquanto isso os curiosos e os desocupados começaram a parar ao redor.
Alguns diziam:
— Esse Gepeto é um verdadeiro tirano com os meninos! Se a gente deixar aquela pobre marionete com ele, é bem capaz de fazer picadinho dela!...
Tanto disseram que o carabineiro libertou Pinóquio e levou Gepeto para a cadeia.




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